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quinta-feira, 31 de março de 2011

Durmo onde eu quero

SOU UM GATO E VOU DORMIR ONDE EU BEM ENTENDER.... 

E NÃO FAÇAM BARULHO













Triste primeiro de Abril


É no Dia da Mentira, 1º de abril, que se lamenta o golpe militar de 1964 que jogou o país no período mais obscuro da sua história, ainda a ser devidamente esclarecido. Esse segmento, compreensivelmente, faz questão de prolongar o legado do 1º de abril com a eleição de uma viúva de Médici, o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).
Bolsonaro vai além de ser mero saudosista do DOI-Codi (sim, ainda existem muitos desses por aí). Misto de Lombroso com Fred Phelps e com um quê de Riocentro, o deputado fez mais uma das suas. Num programa de “humor” da TV Bandeirantes, destilou todo seu ódio, preconceito e “virilidade”, afinal, macho que é macho é violento, e não foge à luta.
Bolsonaro, um daqueles seres que sonham com pau de arara, responde a perguntas. Além da cantilena normal a respeito do direito à porrada num filho que fumasse “unzinho”,  sobra homofobia e racismo.
Inquirido sobre o que faria se tivesse um filho gay , responde que nunca aconteceria, pois é um pai presente (ele já havia dito que porrada no filho “gayzinho” o cura). 
Em uma outra, feita por Preta Gil sobre o que faria se um filho seu se apaixonasse por uma negra, diz: “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro este risco, meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu”.
Escondidinho sob o manto da imunidade parlamentar, um dos mais mal interpretados institutos jurídicos (com a palavra os nossos togados), o “macho” Bolsonaro retoma esse discurso da perversão e da promiscuidade. Acha ele, com certo amparo na jurisprudência tosca, que pode falar o que quiser sem ser por isso processado.
Diante da repercussão do caso, o deputado voltou atrás, dizendo que não disse aquilo. Ou melhor, que disse aquilo mas que não era aquilo que queria dizer. Sua justificativa foi que não tinha entendido a pergunta e que, vindo da Preta Gil, imaginou que ela falaria de “namorar gays”.
Ok! Promiscuidade e negros não pode (racismo é crime)! Não foi isso que o deputado falou! Mas associar promiscuidade à homossexualidade e à família Gil, tudo bem; associar a homossexualidade à pedofilia, ok, sem problemas (afinal não é crime, ainda).  Assim, o macho Bolsonaro está exercendo seu livre direito de ser preconceituoso, homofóbico e incitador à violência (ou bater num filho não é violência? Ou a tortura, defendida por ele, não é violência?), mas tentando fugir da lei, fugir da “batalha”, se escondendo atrás da própria ignorância em relação à pergunta. Desertando, quiçá?
Estamos na véspera de primeiro de abril, o dia do tolo, quando é permitido a qualquer um mentir descaradamente, inclusive ao deputado símbolo máximo dessa data, o nobre Jair Bolsonaro. E uso, aqui, as palavras do próprio: Diante de tamanho absurdo proferido pelo macho Bolsonaro, “não podemos ficar omissos. Não podemos ser canalhas com a população brasileira”
Não, não podemos.  Com a palavra o PP (partido do deputado), o Congresso Nacional, o Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal Federal. E toda a população brasileira.

(Coluna do yahoo)